Tal qual o filme de Eduardo Coutinho, o ministro Sérgio Moro foi à sabatina na CCJ do Senado como um “Cabra Marcado para Morrer”.
Na mira dos diálogos vazados pelo site The Intercept, ele era o alvo preferencial a ser abatido ontem, com exibição ao vivo e nacional.
Pelo grau de adversidade no front que enfrentou, o ex-juiz até que se saiu bem. Foi moderado nas respostas, não entrou em provocações pessoais e sustentou não ter cometido ilegalidade.
A munição dos dois lados não passou do esperado e óbvio. Aliados governistas em defesa da Lava Jato e adversários repetindo o mantra de sempre.
Pouco debate jurídico e muita política, a reprodução da cantilena de sempre, lado a lado. O palanque armado.
Sem alterações substanciais.
Da sabatina, Moro saiu como dantes: questionado no perfil de magistrado e método de condução dos processos. E pelo mesmo universo: os operadores do Direito e adversários políticos.
Como agente político, o que escolheu ser quando deixou a toga, sobreviveu. Continua defendido pelos seus admiradores e criticado pelos seus inimigos.
Arranhado como homem da Lei, preservado como figura cada vez mais política.
Mais longe de uma vaga no STF, mais perto de uma disputa eleitoral.