O título já tem dono: Bolsonaro. A zorra parece próxima do fim. Mas como ninguém governa sozinho, ele decidiu compartilhar o poder com um grupo restrito de pessoas de sua inteira confiança.
A saber: seus filhos, o autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho e, vá lá, talvez por enquanto o ministro Paulo Guedes, da Economia, a quem no passado Bolsonaro chamava de “Posto Ipiranga”.
Ainda chama por força do hábito. E porque falta aprovar a reforma da Previdência. Mas com uma reforma desidratada e um chefe voluntarioso, Guedes corre o perigo de se tornar descartável.
Bolsonaro voltou a vestir a faixa presidencial quando demitiu o general Santos Cruz da Secretaria de Governo. Era o único ministro com autoridade para barrar as ideias esdrúxulas do presidente.
Guedes já teve mais autoridade. Aos poucos começou a perdê-la dada as sucessivas invasões de sua área por Bolsonaro. A mais recente, a demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES.
O substituto de Levy, para além de suas credenciais como economista teve o aval dos garotos. E está disposto a abrir a caixa preta do banco, se é que tal coisa existe por lá.
A demissão de Santos Cruz foi o sinal mais convincente de que a chamada ala militar do governo está sendo enquadrada, se já não foi. O general Augusto Heleno poderá ser a próxima peça a ser trocada.
Se escapar de uma eventual bala de prata extraída de suas conversas à época em que comandava a Lava Jato, Sérgio Moro continuará no governo. Mas ele já foi ministro. Agora, está ministro.
O dono da voz aparentemente rendeu-se de vez à teoria do “caos criativo” defendida por Olavo e seus semelhantes. É preciso destruir tudo que impeça o surgimento do “novo”. Quanto ao “novo”…
Bem, ficará para mais adiante elaborar melhor o que possa ser. Sem pressa. O primeiro mandato é para destruir. O segundo para construir. Este será um governo de morte. Como se pretende.