GPS ideológico mapeado pela Folha de São Paulo deixa claro: considerando o Twitter, os usuários com perfil de esquerda foram mais ativos no debate do vazamento de mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
A Folha verificou o volume de mensagens que continham os termos “Moro”, “Dallagnol” e “Lava Jato”, publicada entre domingo (dia da divulgação das mensagens) e segunda.
Os usuários da esquerda publicaram ou compartilharam 337 mil mensagens; os de direita, apenas 123 mil.
A hashtag crítica à operação, a “vazajato”, teve quase o quádruplo de menções em relação à “EuApoioaLavaJato”. As duas figuraram entre as mais compartilhadas na rede social no começo da tarde desta segunda-feira.
O centro publicou apenas 7% das mensagens analisadas. Esse espectro tendeu a usar os argumentos utilizados pela esquerda nesse debate.
Esses usuários usaram 12,4 mil vezes a hashtag “vazajato” e apenas 953 vezes a “EuApoioaLavaJato”.
Esse público se divide entre criticar a atitude do ex-juiz, sem se converter ao Lula Livre.
A esquerda tem sido majoritariamente mais ativa. É o seu argumento tem prevalecido na arena digital.
Também pudera.
Mesmo entre os críticos da roubalheira da Petrobrás e defensores da Lava Jato, há um grande contingente a considerar que – pelo revelado – juiz e procurador passaram do ponto e erraram na mão.
Isso não é uma questão de ideologia. É de razão, pura e simples.
E a razão manda dizer: só faz dos condenados cândidos inocentes quem tem fé cega neles ou age de má fé. Só ignora os excessos da operação quem fez do antipetismo uma obstinação, um holocausto.