A tese plural venceu o desejo singular. Assim o empresário, colunista e ex-senador Roberto Cavalcanti resumiu sua eleição para a Academia Paraibana de Letras. Ele obteve 28 votos contra cinco do seu principal concorrente, Germano Romero, endereço de sua análise crítica. Ney Suassuna, empresário e ex-senador também concorreu. Foi o último colocado com apenas dois votos.
“Acho que na verdade minha eleição é fruto de uma proposta. Era plural, de oferecer a academia através dos seus membros a chance de optarem por um candidato que nesse momento da história da academia seria o mais interessante. Caberia a escolha aos membros da Academia. O outro candidato tinha uma proposta singular, era continuar o projeto do pai dele. Nessa guerra entre singular e plural minhas chances cresceram. Era uma chance que eu dava ao gosto da academia, do outro lado era uma imposição. A Academia não é uma capitania hereditária (que passava um território de pai para filho). Essa tese não vingou”, analisou em contato com o Blog.
Cavalcanti destacou a postura de “isenção” do Sistema Correio, conglomerados de veículos de sua propriedade, durante o processo eleitoral. “A coluna mais importante do dia da eleição (publicada toda sexta-feira) foi dada ao meu concorrente. Germano Romero continuou escrevendo durante cinco meses. O Correio nunca cessou a publicação dos escritos dele. Nunca uma empresa na história do Brasil na qual seu titular estava competindo deu o espaço absolutamente igualitário ao concorrente”, enalteceu.
“No Correio de hoje a matéria sobre a eleição compartilhou milimetricamente os espaços para todos os candidatos. Eu fui o prejudicado no dia da eleição porque o espaço dele foi preservado. Não nos utilizamos do espaço midiático do Sistema Correio. Ele utilizou-se da União sistematicamente para propaganda. Eu não utilizei os espaços do meu Sistema”, comparou Roberto.