O que disse Jereissati em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo recepcionou as mais recentes iniciativas de Bolsonaro que chocaram muita gente dentro e fora do governo. Somente ontem, Bolsonaro levou pessoalmente ao Congresso um projeto que afrouxa as regras contra a violência no trânsito. O projeto foi mal recebido.
E contra a opinião do ministro Paulo Guedes, da Economia, autorizou o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, a remeter à Câmara dos Deputados o programa de socorro a Estados e municípios quebrados ou em vias de quebrar. Guedes considera o programa equivocado, embora proposto por um dos seus auxiliares.
“Depois reclamam quando eu digo que o presidente não tem noção de prioridade e do que é importante para o país”, queixou-se o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência. “Numa semana decisiva para a reforma, ele traz um projeto que premia os maus motoristas”.
Guedes ficou furioso com a antecipação do programa de socorro a Estados e municípios, mas não passou recibo. A bancada de pouco mais de 210 deputados de vários partidos que atua em favor de regras mais duras contra a violência no trânsito já anunciou que torpedeará todas as medidas que sugeridas em sentido contrário.
Para Bolsonaro, pouco se lhe dá. Ele joga para a plateia que o elegeu, ou para fatias dela. E que acreditou em suas promessas por mais que fossem absurdas ou irrealizáveis. Se as cumprir, dirá que é um homem de palavra. Se não, jogará a culpa em deputados e senadores. Simples assim.