Multimilionário, celebridade mundial, mimado pelo pai, cercado por aduladores que ele mesmo financia, solteiro, Neymar sente-se à vontade para se comportar como um adolescente irresponsável, capaz de poder realizar todos os seus desejos impunemente.
Mais do que sua falta de juízo, o que espanta é ele não contar com uma equipe de profissionais experientes para orientá-lo em situações de alto risco. Tinha nada de chamar a Paris para fazer sexo uma mulher que mal conhecera nas redes sociais?
Chamou porque acha que o dinheiro e a fama lhe asseguram a condição de fazer o que quiser. Foi por essa razão que chegou ao PSG e a primeira coisa que fez foi tomar do uruguaio Cavani o direito de bater todos os pênaltis. Chegou chegando, como se diz.
Foi por essa mesma razão que, abatido com a derrota na final da Copa da França, deu um soco em um torcedor que reclamara do seu desempenho no jogo. Mais uma vez se indispôs com os colegas de time ao culpá-los pelo mal resultado.
Nada, porém, supera sua atuação desastrosa no caso que ainda está longe de um desfecho. Neymar poderia ter-se limitado a distribuir uma nota desmentindo a mulher que o acusa de estuprá-la e de agredi-la, reservando-se para depois se explicar à justiça.
Mas, não. Guiado por um pai-empresário que lhe dita todos os passos e que o trata como uma máquina de fazer dinheiro, valeu-se de sua conta no Instagram onde reúne 119 milhões de seguidores para postar fotos da mulher nua e tentar desacreditá-la.
Incorreu em crime, previsto em lei, e catapultou a história para o cume das redes sociais e para as manchetes dos jornais em todo o mundo. Pensou que sua palavra bastaria para abafar o caso. Conferiu-lhe uma dimensão que agora deve atordoá-lo.
Pode conseguir provar sua inocência, mas jamais se recuperará do estrago causado à sua imagem. A marca Neymar desvalorizou-se. O futuro de Neymar como jogador tornou-se incerto.