O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep) embargou as obras do Parque Sanhauá, da Prefeitura de João Pessoa, e suspendeu as demolições de casas de uma comunidade situada às margens do Rio homônimo.
A decisão quebra meses de trégua administrativa entre o Governo do Estado e a Prefeitura de João Pessoa, relação marcada por desencontros e queda de braço.
A julgar pelo despacho assinado pela diretora do órgão, Cassandra Ferreira, o condão tem um caráter mais político do que técnico. O ofício ressalta que a decisão é fruto de reclamação de “entidades associativas e movimentos sociais”.
As casas demolidas, muitas das quais objeto de acordo com moradores, são tombadas? Obviamente, não. Mas o projeto é alvo de disputa e debates na Câmara de João Pessoa, com forte crítica dos vereadores da oposição e do PSB, por exemplo, que comandam as críticas à remoção de moradores para residências de conjunto habitacional próximo ao local.
A Prefeitura anunciou coletiva do prefeito Luciano Cartaxo para a próxima segunda-feira, às 10h. Na convocação, a gestão já adianta um ponto: considera a medida “arbitrária”.
No ano passado, a Prefeitura paralisou as obras da necessária estrada Perimetral Sul. Agora, a vítima é o Parque Sanhauá, obra de notório impacto social no lazer e convivência coletiva.
Além da obra, a distensão entre os dois entes foi embargada.