Em uma semana de turbulência e crítica interna do seu próprio partido, a capacidade política do governador João Azevedo (PSB) foi testada ao nível máximo.
Levado ao canto da parede por um sutil movimento de insatisfação com o perfil político do governo, que parece querer emparedar e enquadrar, João soube, surpreendentemente, se esquivar e virar o jogo.
O que era pra ter sido um desastre se transformou em triunfo.
Num intervalo de cinco dias, ele abriu diálogo com toda a base aliada na Assembleia. Na quinta-feira, recebeu o G10, grupo paragovernista na Assembleia, de quem ouviu a manifestação de apoio parlamentar incondicional.
Hoje, auscultou, de forma igualitária, o Blocão – agrupamento de deputados liderados pelo PSB na Casa. Todos, no geral, repetiram a disposição de contribuir com a gestão.
Ao final, o governador bateu martelo com um encaminhamento: a partir de agora, as reuniões serão unificadas, sem divisionismo, e com propósito comum. A mensagem foi dada. Não há dois governos.
Entre o mar e o rochedo, João vai gerenciando com cautela uma guerra fria de desestabilização dentro do seu próprio quartel. Uma tarefa tão complexa e trabalhosa quanto administrar os graves problemas da Paraíba.
Da semana tumultuada, o governador – cuja autoridade aqui e acolá é contestada (interna e externamente) – desatou o nó, pacificou e saiu maior. Sem voz alta e sem murro na mesa.