A fala do ministro Weintraub sobre menos verbas para universidades federais foi um desastre político (embora pudesse até ser defensável). E a oposição, ainda desnorteada, ganhou fôlego para grandes manifestações. Pela educação? Não: falava-se mais em Lula Livre do que em universidades. E não ficaria bem falar no tema, quando a principal universidade pública do país, a USP, paga a dois mil servidores mais que o teto estadual, R$ 23 mil. Um professor recordista ganha R$ 60 mil mensais. E a Universidade gasta toda a verba disponível, 5% do ICMS do Estado, em pagamento de pessoal.
Idiotas úteis? Bolsonaro poderia, especialmente fora do país, controlar o vocabulário. Falar da má distribuição das verbas públicas, que privilegiam o ensino superior e esquecem o fundamental, do desperdício de promover seminário com dinheiro público sobre filosofia do sexo anal. Preferiu xingar.
O país está em crise, mas o Supremo fecha contrato para banquetes com lagosta e vinhos premiados, o Senado contrata mais assessores, a Câmara diz que tem boa vontade mas a marcha da reforma da Previdência continua lenta. Bolsonaro discute se nazismo é de esquerda, avalia nos EUA a situação da Argentina e da Venezuela, e não mergulha na luta pela reforma. A Câmara, depois de ouvir o ministro Guedes informar que logo enviará um projeto de reforma tributária, vota nesta semana outro projeto – aliás, bem redigido, mas não é o do Governo. E os adeptos do Governo brigam uns com os outros.