Qualquer ser vivente, e não precisa ser brigadeiro, percebe que o Aeroclube de João Pessoa deixou de ser um espaço de formação de pilotos e perdeu seu alegado caráter de utilidade pública. Para tanto, não precisou de parecer da aeronáutica ou de especialistas no metiê. Bastou uma ida ao espetáculo do circo, instalado na cabeceira da pista do aeródromo.
Não tardou e a Prefeitura de João Pessoa (PMJP), diante do óbvio, decidiu requerer ao II Comando Aéreo Regional da Aeronáutica, em documento destinado ao Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo, a abertura de processo administrativo para extinção da Autorização de Exploração do Aeroclube da Paraíba, localizado no bairro do Bessa na Capital.
O prefeito Luciano Cartaxo fez sua parte no que tange ao caráter do interesse público. Determinou a elaboração de dossiê relatando que o Aeroclube da Paraíba não está em funcionamento há mais de ano e três meses, tendo praticamente transferido suas atividades para outro município, e já se encontra abrigando outra exploração econômica, “em flagrante desvio da finalidade, uma vez que é considerado área de utilidade pública federal”.
O documento da Prefeitura de João Pessoa comunica às autoridades da aeronáutica a intenção de promover a desapropriação da área, para a construção um espaço ecológico/social de uso comum irrestrito da população. Aliás, já existe decreto municipal nesse sentido desde a gestão do então prefeito Ricardo Coutinho (PSB), com início de desapropriação na administração Luciano Agra, que reserva 75% do espaço para a construção de área de convivência social e coletiva, dentro do Parque Linear Parahyba, e outros 25% para comercialização imobiliária.
Pelo ato, o atual prefeito Luciano Cartaxo se mostra determinado a avançar nesse projeto. Tanto que pretende entregar esse documento direta e pessoalmente ao brigadeiro Walcir. Se não houver nenhuma pane no trajeto desse voo, o pessoense está cada vez mais próximo de aterrissar no Aeroclube, quando sua pista de aviões for convertida em pista de caminhadas, pedaladas e piqueniques.
Com a modéstia de lado e sem pretensão cabotina, a volta desse debate e necessidade de providência decolaram aqui, neste singelo Blog. É para isso que serve o motor do jornalismo!