Tem sementes que depois de plantadas demoram a germinar. Em 13 de dezembro de 2013, a capa do jornal A União anunciava: Paraíba vai ganhar estaleiro naval e fábrica de autopeças. Como se sabe a indústria do ramo automobilístico saiu antes, com o advento da chegada da Fiat a Pernambuco, e cinco anos depois o investimento em Lucena avança, agora na gestão do governador João Azevedo, aliado de Ricardo Coutinho, que iniciou as tratativas.
Pelo volume de recursos no planejamento, algo superior a R$ 3 bilhões, o estaleiro a ser erguido pelo grupo McQuilling e IMC YY, de investidores chineses, terá impacto econômico e estruturante com efeitos a longo prazo no Estado. Protocolo de intenções assinado hoje no Palácio da Redenção aumenta a expectativa que as obras saiam da prancheta em tempo breve.
No bojo do estaleiro, o bônus da ponte Cabedelo/Lucena (Praia do Jacaré/Restinga) e a perspectiva, quem sabe, de uma via litorânea, estrada que espraiaria o turismo e desenvolvimento econômico no belo litoral norte paraibano.
Um equipamento desse porte tem o potencial reflexo de atrair novos empreendimentos no entorno e de situar a Paraíba no roteiro dos grandes investimentos nacionais e internacionais. Estrategicamente bem localizado, o estaleiro tem mercado pela capacidade de receber grandes navios de diversas nacionalidades em movimento no Atlântico.
Por aqui, já se falou largamente na prospecção de uma obra estruturante. Depositamos por décadas essa expectativa no colo do Governo Federal, que – pela condição diferenciada – tem poder para direcionar e sugerir até investimentos privados.
Depois de muito tempo, a Paraíba está, finamente, prestes a alcançar uma diferenciada plataforma de desenvolvimento. E será pelos seus próprios méritos e dever de casa. Sem dívida com o andar de cima, continuando com crédito junto à União. E, quiçá em breve, em condições de – nessa relação – rejeitar esmolas e pautar o debate com pleitos e coisas grandes.