As prisões e a alta tensão no centro do poder da Paraíba – Heron Cid
Opinião

As prisões e a alta tensão no centro do poder da Paraíba

25 de março de 2019 às 09h50 Por Heron Cid
Ambiente turvo na Praça dos Três Poderes, em João Pessoa

Em uma semana, a Paraíba assistiu ao que antes só era possível na imaginação. E dos enredos mais férteis e criativos. Numa só tacada, as prisões de uma importante secretária de Estado e do mais badalado empresário que se tem notícia por estas bandas.

Se a prisão do ex-presidente Michel Temer colocou Brasília em polvorosa, o encarceramento de Livânia Farias e Roberto Santiago deixou o ambiente político paraibano em processo de anestesia. Para alguns, quase inóspito pelo potencial de asfixia e poluição.

Por que? Os dois casos têm inevitáveis conexões com o mundo da política e da administração pública. De um lado, Livânia e o seu papel informal de operacional em campanhas majoritárias. Do outro, Santiago – pelo seu tamanho e influência econômica – e sua conhecida perfomance de doador-contribuinte em eleições seguidas. Um pelo exército governista. Outro mais no espectro da oposição. Ou seja, os dois lados de luz amarela ligada.

Ambos já exerceram – cada um ao seu modo e praia – influência no mundo do poder e dos negócios, respectivamente. Duas atmosferas que aqui e e alhures sempre dialogam com ramificações embricadas.

As prisões de duas notórias personagens se revestem de um efeito pedagógico e paradigmático. Depois delas, na roda do poder, não se duvida de mais nada. E nem de presumidas consequências num raio que vidente ou analista nenhum são capazes de prever.

Por tudo isso, o clima é de tensionamento e nervos à flor da pele. Os fatos – num intervalo de sete dias – provocaram um ruidoso curto-circuito no universo paraibano. A política partidária, especialmente, está em choque. Mas não só ela.

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