Está longe, ainda, de a participação feminina se aproximar do razoável e salutar na política brasileira. Na Paraíba, marcada pela força oligárquica e forte presença masculina nas decisões de poder, muito mais.
Nada que esmoreça um movimento de crescimento dessa representação. Não apenas nos parlamentos, mas em todos os espaços de influência.
Novata na Assembleia, mas veterana na política, a ex-prefeita Pollyanna Dutra se sente encorajada a encorajar colegas e mulheres paraibanas a deflagrar o que ela – poética e ousadamente – chama de “Primavera Feminina”.
“A política é espaço que a mulher deve contribuir, mas não temos estímulos para participar dela, pois os homens definem tudo. Eu conclamo as mulheres desta Casa para uma ‘Primavera Feminina’, para nos unirmos em torno de bandeiras que nos tornarão mais fortes. Mulheres que já estão na política têm mais sensibilidade para abordar temas femininos e ainda podemos contar com a política como instrumento de transformação”, exortou a pombalense na tribuna da Casa.
Na política, os partidos são chefiados pelos homens. O PMN, de Lídia Moura, é uma das poucas exceções por aqui. Todas as grandes e médias legenda recebem comando masculino.
Da caneta deles sai o destino fundo partidário e o tempo de tv. São poucas as mulheres que rompem essa bolha e as que conseguem enfrentam discriminação e toda sorte de intimidação, quando não a própria desqualificação, o constrangimento.
A travessia proposta pela deputada do PSB exige obstinação. Coisa que não falta ao sexo feminino. Mas até que chegue esta primavera existe um longo verão pelo caminho. Nele, um deserto solitário que só pode ser vencido com unidade.
Esse sonho não é só de Pollyannas.