Preso há 11 meses, Lula vive seu pior momento, isolado em uma cela em Curitiba. Com quem conversa, o ex-presidente sempre afirma que não se conforma com a morte do neto Arthur, de 7 anos, vítima de meningite.
– Não entendo por que levar alguém tão jovem, uma criança. – Essa é a frase repetida por ele desde que Arthur morreu, há duas semanas.
A rotina na prisão costumava ser amenizada com a presença semanal de lideranças religiosas. De rabino a pai de santo e padre, Lula recebia, todas as segundas-feiras, representantes das mais diversas crenças. Uma decisão judicial de janeiro, porém, tratou de impedir que os encontros continuassem.
Um amigo que o visita regularmente disse à coluna que o ex-presidente está descrente. Lula é católico. Montou um altar com imagens de santos dentro da cela. No pequeno espaço colocou um buda, um orixá, um crucifixo.
Familiares, amigos e advogados acompanham preocupados a tristeza do líder do PT. O receio é de que possa se transformar em algo mais grave e crônico. Na última sexta-feira, a filha Lurian visitou o pai na cadeia. Acompanhada das filhas e de um neto, tentou animá-lo. Lula, normalmente alegre e brincalhão com quem se aproxima, está recluso. Deixou as piadas de lado.