Nuvens carregadas sobrevoam o governo do PSB paraibano. Elas atendem pelo nome de Leandro Nunes, ex-assessor da gestão estadual preso na Operação Calvário.
Seu depoimento ao Ministério Público dá sinais de uma espécie de colaboração premiada, ainda não confirmada oficialmente.
Mas a evidência é tanta que o conteúdo do que disse as autoridades rendeu revogação da prisão do suspeito de operações clandestinas junto à Cruz Vermelha.
Trechos desse depoimento, contidos no despacho do desembargador Ricardo Vital, indicam que Leandro confessou atos ilícitos e implicou agentes governamentais.
Entre eles, a secretária Livânia Farias. Em nota, ela repeliu, de pronto, qualquer responsabilidade sobre eventuais ilicitudes.
Naturalmente, a fala do ex-assessor não ficará restrita a um nome.
Independente do confronto entre afirmações e provas, filtro que caberá ao Judiciário, e de julgamento precipitado de uma investigação ainda em princípio, tudo leva a crer que o governo enfrentará tempestades.
Recém-saído aclamado das urnas, o PSB e seus líderes precisarão conviver com o fantasma de Leandro.
A oposição tem a disposição nova munição no embate e o governador João Azevedo terá que gastar parte do seu capital político e credibilidade no enfrentamento a essa crise.
No começo, o Governo João Azevedo defronta-se com seu primeiro grande teste de fogo. E de nervos. Uma cruz para carregar nos próximos dias…