Do lado certo. Por J.R. Guzzo – Heron Cid
Bastidores

Do lado certo. Por J.R. Guzzo

5 de março de 2019 às 10h57 Por Heron Cid
O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante encontro o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, em Brasília (DF) - 28/02/2019 (Marcos Corrêa/PR)

Há certas horas, no Brasil de hoje, em que é realmente um alívio lembrar que o presidente da República não é Fernando Haddad. Agora, justamente, é uma hora dessas. O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está em guerra contra a maioria da população do seu próprio país; sua última ideia foi fechar as fronteiras com o Brasil e a Colômbia para não deixar que entrem no país alimentos, remédios e outros artigos de primeiríssima necessidade. É um novo patamar, ao que parece, em matéria de brutalidade. Da mesma maneira que um exército trata de cortar todos os possíveis suprimentos da força inimiga, os militares, as “milícias” armadas e os outros gangsteres que mandam hoje na Venezuela acham que quanto mais fome, doença e calamidades os venezuelanos sofrerem, mais fraca vai ficar a oposição. Pode ser. Pode não ser. O fato é que um pacote de arroz ou uma bolsinha de soro fisiológico viraram alvos estratégicos a serem destruídos. Outro fato é que o governo do Brasil estaria dando apoio pleno a Maduro se o resultado do segundo turno da eleição tivesse sido o contrário do que foi.

Muito se ouviu falar da situação perigosíssima que teria sido criada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao declarar-se, antes mesmo de tomar posse, absolutamente contra a ditadura venezuelana. De lá para cá, pelos menos 50 outros países com credenciais democráticas acima de qualquer discussão tomaram a mesma decisão ─ Maduro, neste lado do campo, nem sequer é mais reconhecido como o presidente legal da Venezuela. Fica difícil entender, então, por que o Brasil estaria numa situação mais segura se tivesse ficado dentro do bando de regimes fora da lei, do ponto de vista democrático, que apoia a tirania ─ lugares como Cuba, Rússia, China e outros da mesma natureza. A verdade, para não “problematizar” uma situação onde não há problema nenhum a ser esclarecido, é que a esquerda brasileira em geral e o PT em particular não quiseram até agora reconhecer o fato de que a Venezuela, há muitos anos, se transformou numa tirania imposta pela força bruta de um condomínio de malfeitores. (O ex-presidente Lula chegou a dizer que o verdadeiro problema da Venezuela era ter “democracia demais”.) Por preguiça mental, covardia e simples cobiça, preferiram abraçar a mentira, sempre muito bem remunerada pelas Odebrecht da vida, de que o “bolivarianismo” era um movimento “de resistência à direita”. Daí não conseguiram sair nunca mais.

Veja

Comentários