Longe de querer ensinar “Pai Nosso” a vigário, como censurava dona Nuita. É um pitaco, uma sugestão de leigo. Quem sabe mereça alguma atenção de quem interessar possa.
Mas vou correr o risco de dizer aqui o que já venho botando em pauta no rádio.
Por que o Folia de Rua de João Pessoa não avalia a possibilidade de colocar os blocos na avenida durante o dia?
Não imagino que seja uma opção fora de propósito e absurda.
Pelo contrário. Só vejo vantagens.
João Pessoa não é uma cidade qualquer, convenhamos. Privilegiados por Deus, aqui temos uma exuberante natureza.
Por que não inserir esse belo cenário na festa? Sol, areia, mar… Em vez disso, escondemos das imagens do evento a beleza poderia ganhar o mundo afora na prévia carnavalesca, quando praticamente não temos grande concorrência.
Até a transmissão ganha outras cores nas lentes da TV.
Descer a Avenida Epitácio Pessoa e concentrar na orla marítima a dispersão parece um tanto óbvio e convidativo.
Se dá certo em Salvador, por que seria inviável na mais pacata e aconchegante João Pessoa, com trecho bem menor e menos escaldante?
E não seria novidade nenhuma por aqui. Tão somente uma volta às origens. Muitos e famosos blocos da cidade nasceram assim, de dia, de forma despretensiosa.
A festa diurna é contemplada com outro benefício adicional. É muita mais fácil oferecer e sentir segurança à luz do dia.
E mais: de dia, barulho e poluição sonora incomodam bem menos que não está nem aí para trios e orquestras.
É um convite à família e a um desfile saudável, bem diferente das cenas de vandalismo, sangue e terror que temos presenciado.
Para constranger a escuridão e o desgaste notório do evento, pensar nessa alternativa é um facho de luz para o Folia de Rua.
