Juan Guaidó (foto), presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente interino, reconhecido por 50 países, incluindo o Brasil, cometeu o que me parece ser um erro grave, voltou atrás, mas recuou do acerto para errar de novo. Ele havia afirmado no sábado que não descartava nenhuma alternativa para depor o ditador Nicolás Maduro. E todos entenderam que repetia as palavras de Donald Trump, presidente dos EUA. E isso, por óbvio, compreenderia uma intervenção armada estrangeira. Minutos depois, recuou e se corrigiu. Afirmou referir-se a “todas as opções da comunidade internacional que realizaram o cerco diplomático que contribuirá para o fim da usurpação, para um governo de transição e para eleições livres”. Mas já recuou do recuo. E certamente Nicolás Maduro e sua turma vão se aproveitar da bobagem.
Neste domingo, Guaidó conversou com a repórter Sylvia Colombo, da Folha, por telefone. Ela quis saber se ele se referia ou não a uma intervenção militar ao dar aquela declaração no sábado. E ouviu o seguinte:
“Eu quis dizer exatamente isso, que devemos considerar todas as opções. A Constituição venezuelana dá à Assembleia Nacional o direito de solicitar apoio desse tipo. Não é o que buscamos, mas é uma possibilidade que, responsavelmente, não podemos descartar dada a atitude das forças e interesses que sustentam a usurpação na Venezuela.”
Aí o erro é grande. E de vários modos.
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