A Famup e o desafio de se fazer relevante – Heron Cid
Opinião

A Famup e o desafio de se fazer relevante

25 de fevereiro de 2019 às 09h42 Por Heron Cid
Fachada da sede da Famup, no dia do pleito que elegeu George Coelho (Foto: Blog do Bruno Lira)

A Confederação Nacional dos Municípios é um organismo vivo, por consequência forte e influente. A CNM soube se impor como entidade representativa, mas não satisfeita apenas em ser caixa de ressonância dos prefeitos brasileiros. A missão vai além: da propositura de debates coletivos à referência em dados e estatísticas para a imprensa.

A Federação das Associações dos Municípios da Paraíba perdeu esse protagonismo. A bem da verdade, nunca teve de fato, como deveria. Em que pese sua importância, a Famup se acomodou na tarefa de puxar a pauta municipalista, sem grandes inserções sociais e influência. Contentou-se em se limitar a um espaço de poder.

Novo presidente da entidade, eleito num processo surpreendente, George Coelho parece determinado a sair dessa “zona de conforto”. Os primeiros movimentos dele indicam caminho nessa direção. Em poucos dias de mandato, o dirigente fez tratativas importantes com sinais evidentes de quem quer resgatar ou assumir um papel ativo da Federação no Estado.

Em reunião com o governador João Azevedo, por exemplo, a direção convocou o Estado a ajudar os municípios na efetivação de uma política pública capaz de extinguir, de uma vez por todas, os lixões, prática ainda comum, apesar do plano nacional de gestão de resíduos sólidos ser uma exigência do Governo Federal. Idêntico encaminhamento foi acionado junto ao Ministério Público da Paraíba.

Coelho gesta eventos que alcancem para além dos prefeitos. Pensa em ações com abrangência social econômica para introduzir universidades, centros de produção de ensino e de conhecimento, em nível permanente de interação, a partir de experiências de municípios paraibanos, que podem ser fortalecidas, aperfeiçoadas e compartilhadas. E também uma iniciativa de descentralização da Famup para privilegiar os debates e as demandas regionais.

Já era tempo de a Famup se posicionar a altura do que representa. Por isso, a tarefa maior da atual gestão é impor novo ritmo e principalmente fazer sua estatura ser proporcional à relevância que se espera de uma Federação que traduz o conjunto de gestores, experiências e o PIB estadual. Uma Famup menos político-partidária e mais social e cidadã é o que se espera. É o que a Paraíba precisa.

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