Depois de um período de calmaria aparente, o bicho voltou a morder os calcanhares do senador eleito Flávio Bolsonaro com a decisão da procuradora-geral da República Raquel Dodge de incumbir o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de apurar se Flávio praticou crime de lavagem de dinheiro na negociação de imóveis.
Caberá ao MPF responder à seguinte pergunta: as “negociações-relâmpago” de imóveis pelo filho do presidente resultaram ou não em um aumento patrimonial incompatível de Flávio? Se a resposta for sim, ele passará à condição de processado. Será mais um rolo que o senador terá de administrar.
Desde maio do ano passado que o MPF está de olho em Flávio. Chegou a ele a partir de uma investigação sobre grilagem de terras envolvendo milicianos. Foi assim também que chegou a Fabrício Queiroz, assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, que empregou parentes de milicianos no gabinete do seu patrão.
Não se descarta a hipótese de que Flávio tenha algo a ver com o laranjal do PSL, seu partido e o do pai. Falsas candidaturas lançadas no ano passado serviram para desvio de dinheiro público. Crescem os indícios de que isso aconteceu por toda parte, especialmente no Rio, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
É grande o incômodo de Jair Bolsonaro com o escândalo que ameaça tragar o PSL e respingar em sua trajetória de candidato a presidente da República. A necessidade de se aprovar no Congresso a reforma da Previdência poderá salvar Bolsonaro de abalos maiores, mas isso não é garantia para tudo e para todo sempre.
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