A Polícia Federal voltou às ruas do Brasil. E cada vez que saem os policiais federais balançam as estruturas do poder e dos mecanismos entranhados na vida pública brasileira.
Hoje, a PF bateu na porta de figurões do Sistema S, pilotado pela Confederação Nacional da Indústria, a mesma que apoiou os protestos contra o PT e o impeachment de Dilma.
Endereços ligados ao tucano e ex-ministro Aloysio Nunes também foram varridos pela Polícia.
A Lava Jato também prendeu Paulo Preto, tido e havido como operador do PSDB e interlocutor de supostas propinas com construtoras. Ele é suspeito de movimentar R$ 130 milhões em contas no exterior.
Antes, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, proeminentes do MDB, o beneficiário da queda petista, já haviam rodado.
Aécio Neves, até então o principal líder da oposição, caiu na delação da Lava Jato e só se sustenta em pé ainda pela imunidade parlamentar, renovada pelo broche de deputado federal na lapela.
Todos os dias a coisa aperta contra o ex-presidente Michel Temer, que fora denunciado duas vezes e em pleno exercício do mandato e se segurou, a um alto custo pago pela Nação, por obra e graça de um Congresso que não teve coragem de aplicar o mesmo peso e a mesma medida.
Cada vez que o cerco se fecha, contra tudo e todos, a teoria da conspiração tão difundida nos últimos anos vai caindo por terra.
O que está acontecendo no País é incontrolável. Para o bem ou para o mal, há uma revolução em curso contra um sistema de métodos consagrado durante muito tempo em que o poder pode tudo e nada ou ninguém é capaz de detê-lo, ainda que viole, desvie e burle.
Com excessos, em alguns casos, erros em outros, o Brasil está exorcizando seus fantasmas. Choro e ranger de dentes são parte. O que esse processo vai parir? Ninguém sabe. Bom, para todos, seria um novo padrão ético, ainda que a fórceps.