A não ser que sejam filhos, como no caso presente, não se governa com quem se elege. Na maioria das vezes dá errado.
José Sarney sequer pôde tentar. O dele foi um caso especial: herdou o governo de Tancredo Neves que morrera sem tomar posse.
Menos de um ano depois, montou o seu, mas acabou saindo aos cacos do Palácio do Planalto depois de ter sido apedrejado no Rio.
Collor tentou governar com a turma da República das Alagoas, sua companheira de aventura. Caiu sem completar o mandato.
Lula, não, foi esperto. Para salvar a sua, entregou as cabeças dos seus mais importantes guardiões – José Dirceu e Antônio Palocci.
A cabeça de Dilma rolou porque ela não tinha uma para governar mais do que governou por escolha e erro de Lula, unicamente dele.
Bolsonaro quer – ou quis – entregar a de Bebianno para escapar do escândalo do laranjal do PSL. O do Flávio é anterior ao seu governo.
Bebianno, ontem, oscilou entre choramingar se dizendo vítima de Carlos Bolsonaro e do seu pai, e ir à luta para ficar onde está.
Chegou ao ponto de dizer que Bolsonaro temia que o escândalo do laranjal respingasse nele, para em seguida defendê-lo.
Não explicou – e ninguém pediu que explicasse – por que Bolsonaro temeria os respingos. O que Bebianno sabe, mas não conta?
A História também ensina que virtuoso é o governante capaz de ser visitado pela crise e de despachá-la de volta menor do que a recebeu.
Bolsonaro fez tudo ao contrário. Não tinha uma crise, inventou-a com a ajuda do filho. Não satisfeito, a pôs no colo. É ali que ela está.
Veja