A condenação de Lula. Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

A condenação de Lula. Por Reinaldo Azevedo

7 de fevereiro de 2019 às 14h00 Por Heron Cid

A juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Era um segredo de polichinelo.

Escrevi algumas dezenas de vezes no blog que essa condenação era certa com a luz do dia. A situação do ex-presidente se complicou bastante. Vamos com calma. A sentença tem 327 páginas. A moldura do processo é a mesmíssima do sítio de Guarujá. Assim, não havia como ter outro desfecho.

Porque Lula está sendo julgado pelos mesmos critérios e pela mesma, vamos dizer, escola de pensamento. Ainda que a juíza visse algum vício — e creio que não veja —, tomaria a decisão que tomou porque tal decisão jogaria luzes na condenação assinada por Sérgio Moro. Assim, e nos estritos termos da minha consideração, Lula já estava condenado antes mesmo de ser julgado.

Resta saber se essa, vá lá, escola de julgamento e condenação vai vigorar também para os varões e varoas de Plutarco do bolsonarismo. A sentença tem, reitero, 327 páginas. Estou quase terminando a leitura.

O que há de diferente no caso do sítio no cotejo com o do apartamento — e, note-se: há diferenças contra e a favor de Lula? Nesse processo, há evidências inequívocas de que gente do entorno do então presidente atuou para deixar o imóvel ao gosto da família, com destaque para Marisa Letícia, mulher do ex-presidente.

Mais: à diferença do que se deu no tríplex de Guarujá, era efetivamente frequentado pelo líder petista e sua família. Não há a menor dúvida de que o desembolso feito pelas empresas buscava agradar ao então presidente da República, com quem os senhores empreiteiros mantinham excelentes relações.

Se bem se lembram, no caso do apartamento, fez-se um grande esforço para evidenciar a ligação entre Lula e o dito-cujo, mas tudo era muito frágil. Até que veio à luz um depoimento de Leo Pinheiro, da OAS. Bastou a sua palavra: o apartamento pertencia a Lula. No caso em questão, não há uma, mas várias palavras a asseverar: sim, o petista e familiares eram os reais usuários do sítio, que foi reformado com dinheiro de empreiteiros.

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