Qualquer brasileiro terá um testemunho muito particular sobre esse truncado e intricado 2018 que passou.
Um ano desafiador, para dizer pouco.
Vi muita gente perdendo emprego e batendo e encontrando portas fechadas de trabalho.
Assisti pessoas se reencontrando consigo mesmas, nas privações.
Encontrei seres humanos saindo maiores de situações de adversidade.
Todos, juntos, olhamos a caravana passar dividida entre esperanças e frustrações.
Para um jornalista da área política, feito o autor do Blog, admito: não foi fácil. E, ao que parece, também não será menos difícil nos próximos.
O ambiente político de muitos e profundos conflitos e quase nenhum consenso torna o terreno da imprensa ainda mais acidentado.
Quem quis prezar pelo mínimo de equilíbrio, precisou andar de olhos fechados numa corda bamba e sem vara para ajudar.
Foi um ano intenso e de uma cobertura política árida.
Se um dia o comentário era sobre um fato negativo ligado ao PT, a pancadaria era certa: militantes petistas partiam para a aquela rasa desqualificação.
Logo, ganhava-se o batismo de fascismo.
Se a crítica era sobre algum, dos muitos excessos do capitão Bolsonaro e seus comandados, haja lombo. Ligeirinho o fascista ganhava o carimbo de esquerdista.
Assim mesmo, sem meio termo. Ou tudo ou nada.
Para quem não enxerga o mundo pelo prisma do preto ou branco, foi punk.
Mas passou. Sobrevivemos.
E já está descortinado esse 2019, um ano de travessia política e econômica, para se referir aos desafios públicos.
Na intimidade pessoal, cada um tem seus projetos e desejos pessoais.
Guardo para esse novo tempo as melhores expectativas e projetos engavetados.
Coisa simples, pretensões do coração, da alma. E que não necessariamente passam por dinheiro e fama, elementos tão efêmeros quanto nossa meteórica passagem por essas pairagens.
Falo de um olhar para dentro e para as coisas que nos movem verdadeiramente.
De permitir um descanso à terra que fertiliza a raiz de nossas vidas.
Por hora, é curtir as férias desse belo e aromático janeiro.
Até a volta, porque esse 2019 vai ser extraordinário. Para mim e meus 35 anos.