Todo calvário tem sua cruz. A de Bayeux é a instabilidade administrativa e o desgoverno a que a cidade fora submetida desde que o seu prefeito, Berg Lima, fora preso em flagrante, suspeito de receber propina em troca de pagamento a um fornecedor da Prefeitura.
De volta ao comando do município, as penitências vividas por Berg no cárcere e no ostracismo político nem de longe cessaram com aquele ato que assinou retomando os poderes constitucionais do Executivo Municipal.
O prefeito ainda precisará suportar as cicatrizes dos açoites e dos caminhos que andou. Não será do dia para noite que alcançará a respeitabilidade e credibilidade totalmente recuperadas. Esse bônus não estava contido na sentença do Superior Tribunal de Justiça.
Lima terá que reconquistar Bayeux, dia após dia, se é que isso é possível, porque há muitos chicotes a enfrentar na notória ausência de condições políticas geradas pela desaprovação popular ao que ficou exposto nos autos e na opinião pública.
Afinal, confiabilidade não vem por decreto e nem por despacho judicial.
Pela entrevista que deu ontem ao Arapuan Verdade, da Rede Arapuan, Berg está pedindo essa chance, esse crédito.
Antes de obtê-lo, terá que refazer a rota e provar merecimento. Não com sua reconhecida bem concatenada retórica, mas com gestos e ações concretas.