Sob o governo Ricardo Coutinho, a Paraíba teve a rara oportunidade de contar com governador e presidente de sintonia fina e relação política e institucional desobstruída.
A chegada de Ricardo ao Palácio da Redenção coincidiu com a posse de Dilma Roussef no posto mais alto da hierarquia política brasileira.
Do mesmo campo político e partidário, Ricardo e Dilma fizeram parcerias e Brasília abriu-se em recursos e convênios para a Paraíba.
À exceção dos últimos dois anos de Michel Temer no poder, embora até este tenha mantido cronograma de liberação de verbas para obras federais tocadas pelo Estado, como o canal Acauã-Araçagi, por exemplo.
Como gestor, Ricardo teve a oportunidade de gerenciar com parcerias federais. Na Prefeitura de João Pessoa e no Estado.
João Azevedo, governador eleito paraibano, viverá o outro lado da moeda e governará na Oposição, um complicador a mais para um cenário de crise e cobertor curtos em todos os estados.
Diferente de Ricardo, Azevedo pegará a máquina em rédea ainda mais curta. Terá toda a sua criatividade e capacidade gerencial testada com Bolsonaro na Presidência.
Nem adianta imaginar que – a despeito da necessária relação institucional e igualdade de tratamento – o relacionamento dispensado – de parte à parte – será o mesmo do que o registrado no período Dilma-Ricardo. Óbvio que não.
Se Ricardo – com seus méritos – plantou em terreno fertilizado pelas chuvas federais, João enfrentará um ambiente árido. Realidade que exigirá do futuro governador dedicação dobrada para produzir muito no pouco.