O presidente eleito, Jair Bolsonaro, terá de dar um jeito de pôr um freio no “entusiasmo” — à falta de melhor palavra — de ao menos dois de seus filhos: o deputado Eduardo (PSL-SP), que está em viagem aos EUA, e o vereador Carlos (PSL-RJ), que reassumiu sua função na Câmara. O deputado estadual e senador eleito Flávio (PSL-RJ) mostra-se mais contido. Esse freio tem de se dar porque são seus filhos? Não! Porque são seus aliados políticos. Quando falam, há sempre a suspeita, muito fundada, de que o façam em nome do pai. A proximidade entre eles não precisa ser demonstrada. Carlos fez uma postagem no Twitter que chega a ser espantosa. Transcrevo:
“A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após de sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário!”
Digam-me cá: quais “inimigos” pretendem matar Bolsonaro? O ataque a faca que sofreu, até onde se sabe — ou, então, que se apontem ao menos indícios do contrário — não fez parte de uma trama política. A menos que Carlos saiba mais do que saibamos — hipótese em que, espero, ele tenha comunicado à Polícia Federal o que descobriu. Mas isso, agora, é o de menos.
O tuíte é de extrema gravidade: então existiriam pessoas “muito perto” de Bolsonaro que estariam querendo a sua morte e, destaca ele, “principalmente após a posse”? Bem, a quem isso interessaria? Notem que a afirmação dispara mecanismos especulativos no terreno da conspiração. Carlos não é um qualquer. O próprio Bolsonaro especulou sobre a conveniência de fazê-lo ministro da Comunicação em razão de sua intimidade com as redes sociais. Sem dúvida, ele sabe movimentá-las.
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