O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro, está em viagem aos EUA. Não está claro que fale com delegação expressa do pai, mas também não há evidências do contrário.
Na área política, essa é uma constante da campanha eleitoral, que se estende agora nessa fase da transição. Loucura? Método? As duas coisas? Tanto faz? O fato é que ele confirmou a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Nas suas palavras: “A questão não é perguntar se vai, a questão é perguntar quando será”. Aí você pode se perguntar: “Mas isso não deveria ser anunciado, então, pelo próprio presidente, quando ocorrer, ou pelo ministro das Relações Exteriores?’ A resposta: “É o que recomenda a sabedoria prudente e convencional”. Mas estamos vivendo tempos em que a prudência e o bom convencionalismo são chamados de “política tradicional”. E, por óbvio, falta tradição no bolsonarismo.
Logo, não sobrariam nem prudência nem sabedoria. Ah, sim: se o governo Bosonaro fizer o que promete, pode levar à lona o agronegócio brasileiro. E não vai adiantar bater boca com o irrelevante MST para tentar agradar o setor. Explico.
Em seu primeiro dia nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro (PSL) participou de encontros no Departamento de Estado, na OEA (Organização dos Estados Americanos), no Conselho de Segurança Nacional e no Departamento de Comércio.
Esteve, de manhã, com Jared Kushner, genro e um dos conselheiros do presidente americano, Donald Trump. Os Estados Unidos transferiram sua embaixada para Jerusalém, no que foram seguidos pela Guatemala. Até agora, são os dois únicos países a terem tomado essa decisão.
O deputado também participou de um almoço na Câmara de Comércio Brasil-EUA. Ao deixar o evento, estava com um boné “Trump 2020”, com a marca: “Make America Great Again” — “Faça a América Grande de novo”. Afirmou: “Ganhei aqui. Bonito? Ganhei dos apoiadores que estão aqui”.
O filho de Bolsonaro pôs a peça de propaganda eleitoral na cabeça e posou para fotos. Um dos alegados motivos de viagem é, como disse, “resgatar a credibilidade” do Brasil no exterior. É provável que os democratas considerem não ser esse um bom caminho.