Já deu pra perceber. João Azevedo, governador eleito da Paraíba, é moderado por natureza. Desde quando secretário, sempre manteve postura pessoal firme e séria, mas ponderado nas ações e falas, um perfil que contou muito também para gerar confiabilidade do eleitor na hora do voto.
Desde eleito, Azevedo tem adotado a cautela nas palavras. Mesmo no conturbado segundo turno presidencial expressou postura política clara, sem necessariamente aderir ao debate do embate mais à esquerda, como optou o governador Ricardo Coutinho, de linha mais dura.
Em Brasília, ontem, João deu outro gesto de flexibilidade política e institucional.
Na fala sobre o encontro com os governadores do Nordeste, Azevedo foi ameno, sereno e se abriu ao diálogo com iminente Governo Bolsonaro, à semelhança dos seus colegas governadores eleitos e reeleitos.
Assim como os demais, sabe que há muitos percalços no caminho da gestão pública, onde a maioria dos estados sofrem com quedas de receitas e necessidade de apertar os cintos enxugando contas.
No caso específico da Paraíba, diferente de Ricardo, que contou com seis anos de parceria com o Governo Dilma, João conviverá, quatro anos, com um presidente adversário político e alvo de intensa artilharia do PSB paraibano.
O recomendável para a trincheira do momento é baixar as armas. A guerra ficou para trás. Agora é hora de pacificar para sobreviver aos desafios administrativos em tempos de incerteza. João já está fazendo, inteligentemente, sua parte: a de estender as mãos.