Foi aquele encontro que, para o candidato, serve para tirar a ansiedade natural. No primeiro debate da campanha, no Frente a Frente da TV Arapuan, os postulantes à Presidência da OAB Paraíba passaram pelo teste inicial do confronto, até então limitado às militâncias, releases e redes sociais.
Ontem, Paulo Maia, atual presidente e candidato à reeleição, Carlos Fábio e Sheyner Asfóra, mostraram quem é quem. A audiência e, sobretudo, a advocacia, teve a oportunidade de dissecar o trio, em suas qualidades e limitações.
Um resumo rápido da avaliação, a partir do que assisti e de auscultas a advogados, no dia seguinte ao embate.
Carlos Fábio mostrou serenidade e usou ao seu favor a longa jornada de cargos na OAB para demonstrar conhecimento de causas, fruto de sua militância pessoal dentro da Ordem. Faltou, talvez, ser mais incisivo e se apresentar de forma mais contundente como o ‘verdadeiro’ representante da “oposição”. Foi light demais e não deu tudo o que se esperava dele.
Sheyner Asfóra confirmou a expectativa em torno de sua eloquência, herança e talento sanguíneo, se posicionou bem, especialmente, no quesito transparência, definitivamente, o discurso conceitual mais presente e encarnado na sua chapa. Deve cuidar, porém, para rechear o raciocínio de mais conteúdo e não cair no senso comum. Para quem é virgem em eleição na OAB, surpreendeu positivamente. Se pegar o embalo, pode crescer na disputa e ameaçar Carlos Fábio na corrida de ambos contra o atual gestor.
Paulo Maia deixou transparecer para as câmeras certa inquietude, um ponto a ser trabalhado pela sua equipe de campanha. Dá até para entender a razão da tensão ser diferenciada: ele é alvo dos dois adversários e vem sendo objeto de intensa artilharia, algumas até contra a honra pessoal.
Mesmo vivendo essa condição diferenciada, Maia conseguiu três fatores positivos: domínio e conhecimento sobre a realidade da OAB, feeling para falar das ações implementadas em atendimento às principais demandas da advocacia contemporânea e o mais importante, no caso dele; não se deixou ser emparedado e nem permitiu e nem deu espaço para a gestão ser “desconstruída” pelos adversários. Ou seja, pelo saldo do desempenho, não perdeu pontos, o que é um ganho considerável para quem está na dianteira.