Lula e o gostinho da liberdade. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Lula e o gostinho da liberdade. Por Ricardo Noblat

14 de novembro de 2018 às 11h00 Por Heron Cid
Lula (Cristiano Mariz/VEJA)
Recolhido desde 7 de abril último a uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula provará, esta tarde, o que mais poderá se parecer com uma sensação de liberdade quando for tirado de lá para ser interrogado no prédio da Justiça Federal pela juíza Gabriela Hardt, sucessora de Sérgio Moro no comando da Lava Jato.

Terá direito a tudo que se reserva a uma celebridade. A segurança do prédio e ao longo do percurso de cinco quilômetros será reforçada, o trânsito interditado, escolta especial da Polícia Federal, e um número desconhecido de atiradores de elite postados no alto de prédio para prevenir um eventual atentado.

O interrogatório é a última etapa do processo que Lula responde sobre a real propriedade do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, O Ministério Público o acusa de ser o verdadeiro dono do sítio, reformado pelas construtoras Odebrecht e OAS a título de pagamento de propina. Lula jura que é inocente.

Até advogados dele admitem que esse seja o processo que mais os preocupa dado ao acúmulo de indícios, evidências e provas que contrariam a tese da defesa. Mesmo assim insistem que o sítio está registrado em nome de terceiros, e que Lula e sua família só o utilizavam por uma deferência dos donos, seus amigos.

Na semana passada, em depoimento à juíza Hardt, o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo, complicou ainda mais a situação de Lula. Ele mostrou e-mails trocados com executivos da empresa na época em que o sítio estava sendo reformado. Os e-mails dão conta de que Lula sabia da reforma e do uso de dinheiro de propina para pagá-la.

Hardt tem fama de ser mais dura do que Moro em suas sentenças. É provável que ela condene Lula mais uma vez. Da primeira, Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex da praia de Guarujá, reformado de graça pela OAS. A condenação tornou-o inelegível até 2016 quando completará 81 anos de idade.

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