O plano de Bolsonaro de arrecadar R$ 700 bilhões em privatizações foi apenas bravata de campanha. O futuro ministro Paulo Guedes chegou a falar em R$ 2 trilhões, vendendo ativos da União, mas esse número não conversa com a realidade.
As propostas foram mudando ao longo da campanha eleitoral. Bolsonaro chegou a falar na Globonews que privatizaria a Petrobras, depois, só as refinarias. Mais tarde, tirou da lista também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. No final, até a Eletrobras ficou de fora das empresas que poderiam ser privatizadas. E o Orçamento de 2019 já conta com essa venda da estatal de energia. Bolsonaro usou até uma metáfora para dizer que não se vende a galinha porque corre-se o risco de ficar sem ovos.
Em caso de divergências, tudo que Paulo Guedes poderá fazer é tentar convencer Bolsonaro. Quem decide, obviamente, é o presidente.
As empresas que já são deficitárias devem mesmo ser fechadas, mas elas têm valor de mercado baixo. Os governos que mais criaram estatais foram os militares, nos seus 21 anos de ditadura, e o PT, nos seus 13 anos de governo. Reduzir as estatais é o caminho correto.
Mas o fato é que essa estimativa de R$ 700 bilhões terá que ser revisto muito para baixo. Não será esse valor nem de longe.