Na sua primeira entrevista coletiva depois de aceitar o convite para ocupar o ministério da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro deixou claro que não vai de Curitiba para Brasília a passeio. Deseja levar o “padrão Lava Jato” para dentro do Poder Executivo. Quer consolidar os avanços obtidos no combate à corrupção. Prepara um lote de projetos que submeterá ao Congresso Nacional.
A corrupção funciona mais ou menos como o futebol. O sujeito pode ser um craque da roubalheira. Mas não marca gol sozinho. Há toda uma estrutura por trás: o clube (ou o governo), o time em campo (ou o partido), o técnico (ou o presidente República)… Nos últimos anos, o que se viu foi todo mundo preparando a jogada para que o gol (ou o assalto) acontecesse.
O que Moro disse, com outras palavas é que, com a sua chegada à Esplanada, o clube, o time e o técnico deixarão de fazer gols contra a sociedade. Em vez de criar condições para o roubo, o governo fará uma barreira na frente do cofre. De duas, uma: ou o juiz da Lava Jato enverniza o governo de Jair Bolsonaro ou afunda a sua própria biografia. Diante da expectativa criada, não há meio-termo.
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