Gestos falam mais do que palavras. Antes de pisar o pé no Palácio da Redenção, o governador eleito João Azevedo deu o tom da relação que pretende com a bancada federal paraibana.
Na semana passada, Azevedo fez questão de se deslocar à Brasília para a reunião com os parlamentares. De viva voz, sem recados, foi dizer aos deputados e senadores as prioridades do Governo do Estado para o Orçamento de 2019.
Não mandou representantes. Ele mesmo conversou um a um, olho no olho, numa demonstração de humildade e respeito pelo papel da bancada na alocação de recursos. Saiu da capital da República com a garantia de R$ 60 milhões empenhados..
A atitude do governador eleito pode parecer simples, corriqueira e, portanto, indigna de um registro jornalístico. Pareceria não fosse o tabu que ele quebrou. O atual governador Ricardo Coutinho fechará seu ciclo administrativo sem nenhuma agenda do tipo, em oito anos.
Geralmente, Ricardo Coutinho mandou representante do Governo, quando não convocou à bancada para reunião na Paraíba, em vez de ir até ela. Nada que se compare à presença, o corpo a corpo, a conversa franca e o apelo sincero.
A opção pelo distanciamento explica, em parte, a pouca interação e o volume de recursos aquém do esperado ou necessário. Mesmo assim, o Orçamento do Estado sempre foi contemplado pelos parlamentares. Até para verba de custeio de hospital, por exemplo.
A ida de João à Brasília foi um ato singelo, mas de grande significado para o contexto. Como os gestos falam mais do que as palavras, João disse muito com pouco. Começou bem, antes do começo.