Estou entre aqueles que consideram urgente e necessário que se fale, no país, em conciliação e pacificação. Mas conciliar o que com o quê?
Quem com quem? Ora, nas democracias, a existência de oposição é que legitima o governo. Devem as forças se conciliar no esforço de reconhecer a supremacia das instituições sobre os grupos litigantes.
Ora, é claro que são projetos diferentes, ainda que, nesta eleição, se tenha falado muito pouco de propostas em benefício de ofensas e mentiras estupefacientes.
Mas chegará a hora da verdade. Ainda que Bolsonaro tenha pronunciado uma única vez a palavra “reformas” em seus dois discursos, é quase certo que venha alguma proposta para a Previdência no ano que vem. E se deve dar de barato que as esquerdas, sindicatos e movimentos sociais tenderão a resistir.
Estou entre aqueles que consideram uma reforma necessária. Sim, é preciso que saibamos qual será a do governo Bolsonaro. Mas que se diga agora: desde que a eventual resistência respeite os limites impostos pelas leis a protestos, estes são legítimos e fazem parte da vida democrática.
A conciliação e a pacificação de que trato supõem apenas que os atores aceitem a arena da democracia.
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