Fala de Eduardo é de julho, mas será é exceção ou regra? Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

Fala de Eduardo é de julho, mas será é exceção ou regra? Por Reinaldo Azevedo

22 de outubro de 2018 às 09h30 Por Heron Cid

A fala de Eduardo Bolsonaro é do dia 9 de julho. Seu pai ainda estava na casa dos 20% dos votos nas simulações em que Lula aparecia como candidato. Era evidente que a candidatura estava enraizada, o que era apontado por todos os analistas, mas a vitória ainda se afigurava distante.

Digamos que ele pudesse, então, empregar uma retórica mais irresponsável do que agora, quando se apressa em pedir desculpas e em repetir o pai: quem fala em fechar o STF precisa de psiquiatra. Não! Precisa apenas de mais informação. É uma questão de biblioteca, não de médico.

Compreenda-se, então, o contexto, embora este não amenize em nada a barbaridade que disse. A questão é saber se estamos diante de um ato excepcional ou de uma regra.

O bolsonarismo ganhou os corações atacando de forma sistemática as instituições. Todas elas estariam corrompidas. É isso o que está na raiz da fala do deputado. No dia 24 de setembro, em entrevista concedida no hospital, o próprio Jair Bolsonaro pôs em dúvida a investigação conduzida pela Polícia Federal sobre o ataque que sofreu. Afirmou:

“Ouvi dizer que a Polícia Civil de Juiz de Fora está bem mais avançada do que a Polícia Federal. O depoimento que eu ouvi do delegado da PF, que está conduzindo o caso, realmente é para abafar o caso. Eu lamento. O que eu o ouvi falando dá a entender até que age, em parte, como uma defesa do criminoso. Isso não pode acontecer.”

Mais tarde, o candidato relativizou a fala porque, por óbvio, era a honorabilidade da PF que estava sendo atingida por motivos puramente eleitoreiros. E ele goza de grande prestígio naquela corporação.

Ademais, não se estava dando a investigação por encerrada. É que havia prazo para concluir aquele inquérito porque havia um preso. Segundo as regras, outro foi aberto. Uma das causas que mais mobilizam o eleitorado do candidato do PSL é a suposta insegurança nas urnas eletrônicas, embora, como se nota, o resultado do sufrágio seja amplamente favorável a ele e seus aliados.

Submeter as instituições a um permanente enxovalho é uma tática. Eduardo Bolsonaro trata o STF com óbvio desdém. Sim, o filho se desculpou, o pai falou até em chamar psiquiatra, mas e os aliados?

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