Eu creio em Bolsonaro. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Eu creio em Bolsonaro. Por Ricardo Noblat

22 de outubro de 2018 às 09h15 Por Heron Cid
Ato a favor do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL) na avenida Paulista, em São Paulo - 21/10/2018 (Kevin David /A7 Press/Folhapress)

Creio que Jair Bolsonaro diz a verdade quando afirma que “pelo voto” não se mudará nada “neste país, só com guerra civil”.

Ou que o erro “da ditadura” militar de 64 “foi torturar e não matar”. E que ela deveria ter “fuzilado uns 30 mil corruptos”.

A ditadura matou pouca gente, acha Bolsonaro. Nada muito além do número de pessoas que costumam morrer a cada carnaval.

E torturou pouco. O “objetivo” da tortura, disse Bolsonaro, “é fazer o cara abrir a boca. Tem que ser arrebentado para abrir o bico.”

Creio que ele não discriminará ninguém, mas se vir “dois homens se beijando na rua” poderá bater neles, sim, como já admitiu.

Muito menos discriminará as mulheres, embora diga que “mulher deve ganhar salário menor porque engravida”.

Bolsonaro é pai de quatro filhos – três homens e uma mulher, essa fruto do que ele chamou de “uma fraquejada”.

Talvez por isso se preocupe em conter a explosão demográfica, o que deve ocorrer “em cima da classe mais humilde”.

Mas de nada adianta distribuir preservativos a moradores de favelas, pois “a molecada vai brincar de bexiga”. Como seria então?

Por meio de laqueadura de trompas? Vasectomia? Creio que Bolsonaro é sincero até quando se cala diante do que ignora.

É por acreditar em tudo o que ele diz sem tirar nem pôr, que me espanto com os que tentam maquiar suas palavras.

Não, Bolsonaro muitas vezes só “está zoando”, como imaginam os seus eleitores mais jovens. Ele gosta de zoar…

Não, Bolsonaro só exalta a ditadura, mas jamais trabalharia para enfraquecer a democracia, jamais.

Não, uma vez eleito, Bolsonaro se comportará como presidente de todos os brasileiros, não apenas dos seus devotos.

Engane-se quem quiser. “Vou varrer os vermelhos do Brasil. Ou vão embora ou vão pra cadeia”, repetiu Bolsonaro ontem.

Ele se empenhará em pôr em prática tudo o que pensa e promete fazer. Poderá não conseguir, mas essa será outra história.

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