A citação do escritor e dramaturgo japonês, Kôbo Abe, nos provoca questões relevantes neste tempo e comportamentos e relações fluídas: “quem sou eu?”, “o quão livre eu sou?, “o quão livre vale a pena ser?”.
Há uma ideia equivocada sobre a liberdade nos tempos atuais, e ela nos remete a imagem da pena que plana, sem direção, conforme o sopro do vento. Liberdade, então, é ser o vento ou a pena?
O filósofo espanhol Baruch Espinoza dizia que “liberdade consiste em conhecer os cordéis que nos manipulam”. Se não conhecemos os cordéis e quem os movimenta, servimos de fantoches e não passamos de marionetes nas mãos dos dominadores.
Mas, quais são os cordéis e quem os movimenta?
A resolução destes teoremas pode nos ajudar a construir uma noção sobre liberdade. Seria livre aquele que, sabe ao que vale a pena estar ligado (“aprisionado”) e que busca, sem amarras, mas com equilíbrio, a completude de suas vontades… já que estas nem sempre devem prosperar, sob pena de nos tornarmos prisioneiros da prisão dos nossos desejos. Caminho para vícios e comportamentos de auto-sabotagem.
Se ensinar isso aos nossos jovens foi trabalhoso ao longo da história, imagine agora em tempos de redes sociais, fake news, pós-verdades e comportamentos fluídos!
Como é difícil ensinar!
Como dá trabalho viver!
Como é difícil ser livre!
Aquela minha velha professora do ensino fundamental, Dona Adelva, tinha razão quando dizia – “viver não é acúmulo, é partilha. Liberdade é equilíbrio. Assim nos ensina o professor dos professores…”.
O tipo de lição que só os grandes professores conseguem nos ensinar.
Minha saudação a todos os colegas pelo Dia do Professor (ontem)!
*Advogado, professor e ex-secretário do Orçamento Democrático de João Pessoa/PB.