Jair Bolsonaro largou bem à frente de Fernando Haddad na disputa do segundo turno. Se a eleição fosse hoje, o capitão venceria por 58% a 42%. Os números do Datafolha devem incentivá-lo a tocar a bola para o lado, esperando o tempo passar. É o que fazem os times que voltam do intervalo com ampla vantagem no placar.
Para um candidato que costuma tropeçar na própria língua, a melhor maneira de não dizer bobagens é manter a boca fechada. Isso explica a estratégia de faltar aos debates na TV. Duas emissoras já cancelaram seus encontros. A decisão beneficia Bolsonaro, que não precisará se expor e nem arcará com o desgaste da cadeira vazia.
O atestado médico não o impediu de manter sua campanha ativa na internet. Ontem ele fez uma transmissão de quase uma hora com o dono nas lojas Havan. No primeiro turno, o empresário foi repreendido pela Justiça ao coagir seus empregados a votarem no capitão. Agora reaparece como dublê de youtuber e cabo eleitoral.
No outro front, Haddad pena para gerar fatos positivos. Sua campanha aposentou o vermelho do PT, mas ainda parece longe de montar uma frente ampla contra o bolsonarismo. Em três dias, ele só conseguiu uma foto com Guilherme Boulos, que recebeu 0,58% dos votos.
O Globo