A ausência do capitão Jair Bolsonaro (PSL) e do Cabo Daciolo (PATRIOTAS) haverá de subtrair parte da paixão e da graça que marcaria o último debate entre os candidatos à presidência da República a partir das 22 horas de hoje na TV Globo.
Um atestado médico vetou a participação do capitão esfaqueado em Juiz de Fora. As regras do debate tiraram o cabo do ar. A não ser que Fernando Haddad (PT) se saia mal, muito mal, caberá a ele enfrentar o capitão em um eventual segundo turno.
Ciro Gomes (PDT) ainda é o candidato que derrotaria Bolsonaro com mais folga no segundo turno, como apontou ontem a nova pesquisa do Ibope. Mas é grande a distância que o separa de Haddad. Ciro e Haddad deverão protagonizar os melhores momentos do debate.
Se o PT tivesse juízo – ou melhor: desprendimento e interesse em livrar o país de um governo Bolsonaro -, essa seria a derradeira hora para se entender com Ciro. A lei permite que no segundo turno um candidato a vice possa ser substituído por outro.
O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, chegou a propor a Lula que o PT apoiasse Ciro para barrar as chances de Bolsonaro se eleger. Admitiu que nesse caso renunciaria a uma vaga certa de senador por seu Estado para ser vice de Ciro.
O guia genial dos povos da esquerda recusou a sugestão Wagner. Lula não seria quem é se não tivesse agido assim. Seu cálculo foi muito simples: se Haddad vencesse, seria ele, o encarcerado, quem teria vencido. Se perdesse, a derrota seria de Haddad e do PT.
A provável vitória final de Bolsonaro fará Lula mofar na cadeia.
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