O tucano Geraldo Alckmin deu início a uma forte campanha de desconstrução da imagem do candidato do PSL, associando-o a um dos extremismos que deveriam ser rejeitados pelos brasileiros. O outro é o petismo. A mensagem do peessedebista é “nem Bolsonaro nem PT”, dizendo-se oposição a ambos. Mais: Alckmin insiste na tese de que o PT já está no segundo turno e de que Bolsonaro é o candidato mais fácil de ser vencido pelo petismo.
O discurso tucano em favor do voto útil — ou melhor: do fim do voto útil — certamente vai ganhar ainda mais força. A campanha de Alckmin já detectou que parte considerável do eleitorado escolheu Bolsonaro porque via nele a melhor barreira contra o petismo. Não fosse isso, essas pessoas escolheriam outros candidatos — e a maioria delas, segundo os tucanos, ficaria justamente com Alckmin. À medida que fica claro que o chamado “mito” pode ser vencido por um novato na disputa, como Haddad, então cabe a pergunta: votar nele por quê? O ex-governador de São Paulo partirá com tudo para resgatar um eleitor que seria originalmente seu.
Reitere-se: os números de 2014 recomendam sempre cuidado. Os bolsonaristas continuam a falar numa arrancada que lhes daria a vitória no primeiro turno. Hoje, descontados os votos brancos e nulos e os indecisos, Bolsonaro teria 34% dos votos válidos; caso se retirem da totalidade apenas os brancos e nulos, obteria 31,8%. Os números estão muito longe dos 50% mais um dos válidos. Teria de estar em curso uma corrida para Bolsonaro. Mas os números sugerem que pode ser o contrário.
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