Chegamos a um ponto em que não há vida inteligente fora da disputa PT versus Bolsonaro. Ou seria anti-PT e anti-Bolsonaro?
Se você não declara apoio a Fernando Haddad ou não é simpático à volta dos petistas ao poder, imediatamente ganha o carimbo de eleitor do capitão reformado.
O contrário também é verdadeiro.
Quem não vota em Bolsonaro ou não bate palmas para sua plataforma de campanha, logo tem que vestir o figurino de um enrustido ‘petralha’.
Não há meio termo. É tudo ou nada. Como se não fosse possível ter uma opinião ou visão alternativa à essa bipolaridade.
Se você é um desses ‘alienígenas’, sinta-se no clube dos moderados, prepare-se para ser visto atravessado pelos dois lados dessa contenda e para aguentar duplas pancadas.
Mas a história não é bem assim. Fora desse ‘mundo’, pelo menos metade do eleitor não embarcou nessa onda.
Somados os percentuais das demais candidaturas e brancos e nulos, há um grande contingente de quem pensa diferente dessa caixinha.
O que restará a esse universo do eleitorado no primeiro turno com forte tendência do confronto principal entre Haddad e Bolsonaro?
Se render ao voto útil e se agrupar na opção entre as principais candidaturas alternativas (Ciro, Marina e Alckmin) é uma hipótese para barrar o iminente apocalipse.
E se – mesmo assim – der Haddad e Bolsonaro no segundo turno, sobra o beco sem saída da penosa migração para o entorno do “mal menor”.
Um exercício difícil para as cabeças (e são muitas) que não se sentem representadas por esse duelo.