Dias Toffoli, o novo presidente do Supremo, disse que o tribunal sempre deu suporte à Lava Jato. Qualquer afirmação em contrário é “lenda urbana”, ele declarou em entrevista. Sobre a hipótese de fraude nas urnas eletrônicas, levantada por Jair Bolsonaro, Toffoli ironizou: “Tem gente que acredita em Saci-Pererê”. De fato, não há razões para suspeitar das urnas. Mas a aversão de parte do Supremo à Lava Jato não é uma lenda. Ao contrário do saci, as togas que pulam contra a operação tem duas pernas.
Antes de assumir a presidência, Toffoli era membro da Segunda Turma do Supremo. Num colegiado de cinco ministros, ele compôs uma maioria com Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. A pretexto de preservar garantias individuais, o trio especializou-se em esvaziar celas e desmembrar inquéritos.
Na semana passada, com os dois pés no chão, Toffoli enviou da mesa de Sergio Moro para a Justiça Eleitoral a ação penal contra o ex-ministro petista Guido Mantega e o casal do marketing João Santana e Monica Moura. O caso envolve a troca de medidas provisórias por propina de R$ 50 milhões da Odebrecht. O entendimento sustentado por Toffoli, que resume tudo a uma grande encrenca eleitoral, interessa a todos os delinquentes que desejam converter corrupção e lavagem de dinheiro numa “lenda” de caixa dois.
UOL