No Brasil e na Paraíba, previsão da eleição é imprevisibilidade – Heron Cid
Opinião

No Brasil e na Paraíba, previsão da eleição é imprevisibilidade

17 de setembro de 2018 às 11h28 Por Heron Cid

“A previsão para o dia seguinte é quase 100% segura, mas prever o clima para um mês inteiro é um tiro no escuro”. A afirmativa é de Ricardo de Camargo, professor de Meteorologia da Universidade de São Paulo (USP).

Faz tempo que analistas cantam a bola e chovem no molhado. A marca da eleição de 2018 é exatamente a difícil condição de previsibilidade. O pleito chega à reta final e aparentemente certa mesmo só a iminência da presença de Jair Bolsonaro no segundo turno.

Quem vai com ele? Aí são outros quinhentos. Ciro Gomes, Fernando Haddad (em rota de crescimento), Geraldo Alckmin e Mariana Silva, esta em oscilação negativa, disputam o lugar para enfrentar o ex-capitão do Exército.

Na Paraíba, a coisa não é lá muito diferente.

Se pudesse ser descrita a grosso modo, a corrida ao Palácio da Redenção pode ser resumida ao desenho de uma pizza fatiada em três pedaços maiores.

José Maranhão, candidato do MDB, com seu reccall e liderança na maioria das poucas pesquisas divulgadas até aqui, Lucélio Cartaxo (PV), o nome apoiado por Luciano Cartaxo, Romero Rodrigues e Cássio Cunha Lima, e João Azevedo (PSB), candidato montado no prestígio político do governador Ricardo Coutinho e na estrutura do Estado, brigam por cada milímetro de espaço.

É difícil prever com precisão quem serão os dois dos três que vão passar para a próxima etapa da peleja eleitoral.

Tanto no âmbito nacional quanto no plano estadual, é como se estivéssemos numa sala metereológica com boletins confusos e imprecisos que trazem mais nuvens de dúvidas do que raios de certeza.

À vinte dias da eleição, a previsão da eleição é essa: imprevisibilidade. Lá e cá.

Os próximos dias podem trazer algum sinal com o comportamento das temperaturas das campanhas e a movimentação dos ares do eleitor.

Tal qual no alerta do professor Ricardo sobre a dificuldade de longa previsão pela meteorologia, a eleitoral está quase na mesma: um dia faz toda a diferença.

Se o clima é “uma caixa de surpresa”, a cabeça do eleitor – em tempos de tantos fenômenos – um sistema tão complexo quanto.

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