A Associação Paraibana de Imprensa foi o palco hoje do anúncio do rompimento do vice-prefeito Manoel Junior com o prefeito Luciano Cartaxo (PV) e adesão ao senador José Maranhão (MDB), candidato ao Governo do Estado.
Pode-se dizer que Manoel deu muitos gestos políticos a Luciano.
Desistiu de disputar a Prefeitura em 2016, topou descer o degrau e ser candidato a vice, votou contra Eduardo Cunha na Câmara e renunciou conforto e prestígio em Brasília por um espaço pra lá de modesto na vice-prefeitura de João Pessoa. Tudo numa aposta de futuro. Uma loteria que não veio.
Com a desistência de Luciano, Manoel esperava ser melhor contemplado na chapa majoritária. Nada disso.
Alijado da composição, não fora ungido o ‘federal’ da Prefeitura, como em 2006 quando vice do então prefeito Ricardo Coutinho, sobre quem hoje o ex-deputado diz cobras e lagartos.
Nem com a Secretaria de Saúde, ele ficou…
Esse é um lado da história. Mas tem o outro.
Na verdade, essa relação política vem se deteriorando ao longo do último ano. Manoel e Luciano são aliados circunstancias e se uniram na perspectiva (frustrada) de um projeto estadual.
Manoel de olho na ascensão à Prefeitura, pela via indireta. Luciano com o pé na disputa ao Governo. Nenhuma coisa e nem outra.
A razão? Todos sabem. A expectativa de apoio do MDB, até então partido de Manoel, nunca se concretizou.
Pelo contrário, o principal beneficiário de uma eventual desincompatibilização foi o primeiro a se colocar como pedra no caminho e com candidatura na praça.
Luciano, consequentemente, recuou do projeto, aconselhado por muitos a não correr os riscos de sair, entregar a Prefeitura ao MDB, mas não contar com o apoio do sucessor no posto e ficar apenas com o pirulito na boca.
Quem tinha alguma dúvida de que isso seria possível, já não tem mais depois da posição externada hoje por Manoel.
O vice-prefeito que chegou a fazer duras declarações contra Maranhão, tratado à época como empecilho do acordo que lhe beneficiaria, que se desfiliou do MDB e até posou recentemente para fotos com Lucélio Cartaxo (PV), fazendo o ‘L’, volta ao mesmo ponto: os braços de Zé.
Havia saído?