Cultura não vale nada em país onde juiz ganha muito. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Cultura não vale nada em país onde juiz ganha muito. Por Ricardo Noblat

3 de setembro de 2018 às 10h16 Por Heron Cid

Por que o Congresso não destina à Cultura – e, dentro dela, à preservação da memória nacional – o quanto se gastará com o aumento de salário dos juízes que já ganham tão bem?

Ministro do Supremo Tribunal Federal ganha R$ 33,7 mil e quer ganhar R$ 39,2 mil – reajuste “modestíssimo”, segundo Ricardo Lewandowski, um dos marajás do Poder Judiciário.

Só com juízes federais, o reajuste custará mais R$ 930 milhões. A conta poderá chegar a R$ 1,1 bilhão considerando servidores do Executivo com rendimentos atrelados ao teto do Supremo.

Em 2017, apenas com a folha de pagamento dos servidores, o Judiciário gastou R$ 27,3 bilhões. Para este ano, estão previstos gastos de quase R$ 28,5 bilhões.

Um estudo de 2016 mostrou que, em 2014, um juiz da Suprema Corte dos países do bloco europeu ganhava 4,5 vezes mais que a renda média de um trabalhador europeu.

Aqui, o salário-base de R$ 33,7 mil de um ministro do Supremo Tribunal Federal corresponde a 16 vezes a renda média de um trabalhador do país, que era de R$ 2.154 no fim de 2017.

Ao Museu Nacional do Rio eram destinados cerca de R$ 46 mil por mês. Nos últimos três anos, ele só recebeu 60% disso. Quer dizer: menos do que custou um ministro do Supremo. Pode?

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