Ao matar militar no batalhão, bandido atirou contra o Estado – Heron Cid
Bastidores

Ao matar militar no batalhão, bandido atirou contra o Estado

30 de agosto de 2018 às 15h19 Por Heron Cid
Guarita de entrada do Batalhão dos Bombeiros, palco da cena do crime

Quando entrou na guarita do Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Mangabeira, o assassino não estava procurando dar cabo à vida de Josélio de Souza Leite, de 52 anos.

O bandido entrou na corporação com uma meta definida: matar o bombeiro militar, o servidor da força de segurança pública paraibana e, em, último caso, estava destinado a atirar contra o Estado.

O marginal teria todas as condições e oportunidades de emboscar seu alvo no cotidiano, na porta de casa, no lazer do fim de semana…Mas não quis.

No seu íntimo criminoso a execução só cumpriria seu objetivo máximo se fosse assim, com a vítima fardada, dentro de seu local de trabalho, e em serviço.

O suspeito, ainda não identificado, sacramentou o auge de ousadia da criminalidade, num recado inequívoco dos bandidos para o cidadão: não há perímetro seguro na Paraíba.

Nem em territórios que deveriam ser intransponíveis.

Para o Governo, fica a imperiosa reflexão. O Estado vem assertivamente investindo em inteligência, equipamentos, tecnologia e estrutura.

Mas se fizer tudo isso sem repor o efetivo – bem longe do ideal – estará chovendo no molhado.

Sem contigente, outros bandidos terão a mesma sanha desse que hoje calculou o vazio do Batalhão na troca de turno e agiu sem piedade contra um homem armado e protegido pela sensação de segurança.

Polícia se faz com gente. Gente que possa inibir e reagir à altura. E não tombar como presa fácil, feito o bombeiro Josélio.

Agora, todo o aparato policial vai correr atrás do homicida. Certamente, ele será preso. E não será sinônimo de eficiência.

Seremos competentes nessa matéria quando conseguirmos prevenir o pior e evitarmos manchetes que atestam o arrojo do crime frente à fragilidade do Estado.

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