Quando entrou na guarita do Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Mangabeira, o assassino não estava procurando dar cabo à vida de Josélio de Souza Leite, de 52 anos.
O bandido entrou na corporação com uma meta definida: matar o bombeiro militar, o servidor da força de segurança pública paraibana e, em, último caso, estava destinado a atirar contra o Estado.
O marginal teria todas as condições e oportunidades de emboscar seu alvo no cotidiano, na porta de casa, no lazer do fim de semana…Mas não quis.
No seu íntimo criminoso a execução só cumpriria seu objetivo máximo se fosse assim, com a vítima fardada, dentro de seu local de trabalho, e em serviço.
O suspeito, ainda não identificado, sacramentou o auge de ousadia da criminalidade, num recado inequívoco dos bandidos para o cidadão: não há perímetro seguro na Paraíba.
Nem em territórios que deveriam ser intransponíveis.
Para o Governo, fica a imperiosa reflexão. O Estado vem assertivamente investindo em inteligência, equipamentos, tecnologia e estrutura.
Mas se fizer tudo isso sem repor o efetivo – bem longe do ideal – estará chovendo no molhado.
Sem contigente, outros bandidos terão a mesma sanha desse que hoje calculou o vazio do Batalhão na troca de turno e agiu sem piedade contra um homem armado e protegido pela sensação de segurança.
Polícia se faz com gente. Gente que possa inibir e reagir à altura. E não tombar como presa fácil, feito o bombeiro Josélio.
Agora, todo o aparato policial vai correr atrás do homicida. Certamente, ele será preso. E não será sinônimo de eficiência.
Seremos competentes nessa matéria quando conseguirmos prevenir o pior e evitarmos manchetes que atestam o arrojo do crime frente à fragilidade do Estado.