No Jornal Nacional, que entrevista os principais candidatos a presidente da República, Bolsonaro venceu o confronto com os apresentadores William Bonnere Renata Vasconcelos. Foi o maior comício eletrônico de sua vida. Saiu maior do que entrou.
Mais tarde, no Jornal das 10 da GloboNews, comportou-se como quem não tinha mais o que perder. Os jornalistas à sua frente pareciam jogar para cumprir tabela. Um caiu na pegadinha de Bolsonaro de querer saber o que estava escrito em sua mão.
No bunker da Globo, Bolsonaro bateu na Globo, para delírio dos seus seguidores e de uma parte grande do PT. Bateu também no PT, o que Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (REDE) não fazem por tributários do PT, e Geraldo Alckmin (PSDB) por que… Sei lá!
Até aqui, Bolsonaro é o candidato que melhor sabe falar o que deseja ouvir expressiva fatia do eleitorado. E o faz com a profundidade de um pires. Vila Madalena e Leblon podem não admirá-lo (duvido!), mas o Jardim Ângela e a Baixada o escutam.
Em 1989, depois de 21 anos de ditadura e do governo desastroso de Sarney, os eleitores buscavam um salvador que fosse contra tudo aquilo que ali estava. O segundo turno foi disputado pelos candidatos que melhor encarnaram esse papel — Collor e Lula.
O triunfo da corrupção sobre a esperança, a herança maldita deixada por Dilma e a ponte para o futuro que virou uma pinguela recriaram as condições para uma nova procura do salvador. Sob o codinome de Mito, Bolsonaro se oferece em sacrifício.
Esse filme já passou. No fim, o bandido morre. Mas a que custo!
Veja