O resultado da sucessão de 2018 está nas mãos do eleitor sem candidato. Diferentes pesquisas indicam que mais de um terço do eleitorado cogita desperdiçar o voto por não ter em quem votar. Estamos falando de um contingente na casa dos 50 milhões de eleitores. Dependendo da decisão que essa gente tomar, a disputa pelo Planalto pode sofrer uma reviravolta.
O ambiente gelatinoso não é bom para Bolsonaro. Ele lidera as pesquisas no cenário sem Lula, mas está estacionado. E o capitão acaba de escolher um general para vice. Com isso, Bolsonaro prega para os já convertidos. A atmosfera também não é boa para Marina e Ciro, que dispõem de pouco tempo na propaganda eleitoral para seduzir o eleitor desalentado.
Lula, forçado a colocar o poste na rua, terá de provar que ainda sabe fazer transfusão de votos. Precisa alçar Haddad, seu vice provisório, da insignificância para algum lugar à frente de Ciro e Marina. A outra dúvida é se Alckmin conseguirá extrair do seu latifúndio no horário eleitoral votos suficientes para roubar a vaga no segundo turno que Bolsonaro dá como fava contada. Lula e Alckmin, suprema ironia, trabalham juntinhos para reeditar a velha polarização PT versus PSDB. Falta combinar com os eleitores sem candidato.
UOL