A força do PT está mais nas urnas do que nas ruas. Por Nabil Bonduki – Heron Cid
Bastidores

A força do PT está mais nas urnas do que nas ruas. Por Nabil Bonduki

7 de agosto de 2018 às 10h35 Por Heron Cid
Manifestantes se concentram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, durante manifestação de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 12/07/2017 (Nacho Doce/Reuters)

Quem acompanha a trajetória do PT desde 1980 sabe que ele é, fundamentalmente, um partido eleitoral e institucional. Por isso, é lógica e previsível a demorada decisão que selou a chapa Lula-Haddad e Manuela.

O PT nasceu nas lutas sociais, mas cresceu graças às eleições e a governos bem-sucedidos. Em 1982, elegeu oito deputados, em três estados. Em 1986, saltou para 16. Em 1994, já alcançou 50. Em 2002, na eleição de Lula, atingiu 91 deputados, em todos os estados.

Para o Executivo, em 1982, conquistou só Diadema. Em 1988, venceu em dezenas de cidades, como São Paulo, onde gestões bem avaliadas revelaram que podia ir além da oposição, governando com inovação e responsabilidade. Em 1994, elegeu o primeiro governador. Só parou de crescer em 2016.

Apoiado no início pelos movimentos sindical e popular, por organizações de esquerda e pela classe média progressista, o PT teve a sua expansão garantida pelas urnas.

No governo federal, Lula implantou políticas inclusivas, sem confrontar o capital e as elites, dando origem ao que André Singer chamou de lulismo. Com essa estratégia, consolidou-se junto às camadas mais pobres e isoladas.